PROMOVENDO E FORTALECENDO O FOLCLORE NO SUL
COMO AÇÃO DE CIDADANIA, CULTURA E SUSTENTABILIDADE
Este projeto foi concebido a partir de uma atividade interdisciplicar desenvolvida pelo sócio educador André Simoni e a teatreira Giselle Paes Horacio, oficineiros da Moradia e Cidadania/SC – ONG dos funcionários da Caixa Econômica Federal.
Estes oficineiros estão realizando este projeto com crianças e adolescentes no contraturno da Escola Municipal Faustina da Luz Patricio, estas oficinas são pautadas na arte educação e na sustentabilidade, visto que os figurinos e adereços dos personagens foram criados e confeccionados a partir de materiais recicláveis pelos alunos e socioeducadores deste projeto.
A cada dia o projeto foi crescendo numa proporção além de uma escola, o envolvimento dos alunos, educadores, direção e da comunidade foi estabelecendo mais vínculos, mais comprometimento, então, percebemos que este projeto teria de alçar voos para além da comunidade local.
Então decidimos transformar este projeto numa ação cultural que garantisse a valorização da cultura regional do Boi de Mamão no sul de Santa Catarina e promover a memória do patrimônio cultural, do folclore tubaronense e catarinense, além de prestar uma homenagem ao Zé do Boi de Mão - José Marcondes, o qual foi convidado para ser o padrinho do projeto e patrono do Boi de Mamão em sua cidade natal - Tubarão.
O processo criativo e produtivo foi coletivo, inclusive a cantoria da qual foi adaptada de acordo com a realidade dos alunos e da comunidade a qual a escola está inserida.
A partir da integração dos participantes com o imaginário da contação de histórias envolvendo a cultura popular e o folclore brasileiro, foi resgatada a memória do Boi-de-Mamão.
O auto do Boi-de-Mamão está presente em regiões de todo o Brasil com diferentes nomes, sendo conhecido também por boi de pano, boi bumbá, bumba meu boi, entre outros. Entretanto, o enredo que permeia a brincadeira, envolve o nascimento, morte e ressurreição do boi. Outros personagens fundamentais na brincadeira é a Mariana ou Maricota, que é uma boneca gigante e a bernúncia.
Para execução deste projeto contamos com o auxílio e apoio do José Marcondes, popularmente conhecido como Seu Zé do Boi que mora na comunidade e, é integrante do Grupo Encantados Contadores de Histórias de Tubarão que apresenta o Boi Encantado com uma proposta ecológica.
Pretendemos criar o Boi de Mamão no contexto escolar, de forma mais pedagógica e educativa, o boi é do morro da Caixa d’água, vem de Oficinas (o bairro no qual a escola está inserida), o boi dança funk, brinca com as crianças e tem um enorme coração. Num determinado momento o boi fica doente, pois tomou a água poluída do rio Tubarão e posteriormente morre em consequência da água poluída.
Na história original, o doutor bêbado com uma injeção tenta curar o animal. Nesta nova versão, apresentaremos um médico homeopata, com uma vida saudável que utilizará uma colher gigante para tentar curar o boi. O médico vê que o estrago foi grande e chama o apoio da natureza para ajudar a curar o boi. Neste momento, para inserir a maioria dos alunos, vamos colocar elementos do folclore e da cultura popular.
A história foi construída em processo coletivo, assim como a letra e a música do Boi de Mamão, sem perder ou ignorar os elementos originais que compõe o auto. Primeiramente construímos os instrumentos, internalizamos a música e ensaiamos as entradas cênicas e os acordos da boa convivência para que o espetáculo fosse realizado plenamente.
Boa parte o figurino, cenário móvel, bonecos, boi e estandarte foram construídos com materiais recicláveis, doados pela comunidade priorizando a arte, a criatividade, a ecologia e a cultura.
METODOLOGIA DO PROJETO: A produção do projeto Boi de Mamão foi a partir dos seguintes temas geradores: Folclore Brasileiro, Meio Ambiente, Cultura Popular, Arte e Artistas locais, através das oficinas de Teatro, Educação Ambiental, Poesia, Dança, Arte Identidade utilizando materiais de reciclagem. A Educação Biocêntrica é mediadora nesse processo. O espetáculo será apresentado em escolas, praças públicas e em eventos culturais locais e estaduais.